Os dispositivos vestíveis estão rapidamente se tornando uma ferramenta essencial na indústria de manufatura, desempenhando um papel crucial na transformação digital que caracteriza a Indústria 4.0.
Estes dispositivos não apenas melhoram a eficiência e a segurança no chão de fábrica, mas também possibilitam novas formas de interação entre trabalhadores e máquinas.
Neste artigo, vamos explorar os dispositivos vestíveis, exemplos de como estão sendo utilizados na manufatura e como eles moldarão o futuro desse setor. Boa leitura!
O que são dispositivos vestíveis?
Dispositivos vestíveis (ou wearables) são tecnologias eletrônicas que podem ser usadas como acessórios ou incorporadas a roupas, permitindo que o usuário interaja com o dispositivo de forma contínua e sem precisar usar as mãos.
Esses dispositivos podem coletar dados, fornecer feedback em tempo real, e até mesmo melhorar as capacidades físicas e cognitivas dos usuários.
Na manufatura, os wearables estão sendo utilizados para monitorar a saúde e a segurança dos trabalhadores, otimizar processos produtivos e melhorar a comunicação entre as equipes.
Alguns exemplos comuns de dispositivos vestíveis incluem relógios inteligentes (smartwatches), óculos de realidade aumentada (AR), exoesqueletos e sensores biométricos.
Leia também: O que é fabricação aditiva? Técnicas, vantagens e desafios dessa promissora tecnologia
5 exemplos de dispositivos vestíveis na manufatura
Os dispositivos vestíveis já estão sendo amplamente utilizados em smart factories e plantas de produção ao redor do mundo, oferecendo uma variedade de benefícios que vão desde a melhoria da segurança até o aumento da produtividade.
Abaixo, listamos 5 exemplos de como esses dispositivos estão sendo aplicados na prática:
- Óculos de realidade aumentada (AR): óculos como o Microsoft HoloLens e Apple Vision Pro são usados por trabalhadores para visualizar informações em tempo real, sobrepostas ao seu campo de visão. Na manufatura, esses óculos podem exibir instruções passo a passo para montagens complexas, identificar componentes ou fornecer assistência remota de especialistas que podem “ver” o que o operador está vendo. Isso reduz erros e acelera os processos produtivos;
- Exoesqueletos: exoesqueletos são dispositivos que os trabalhadores vestem para reduzir a carga física de tarefas repetitivas ou pesadas. Esses dispositivos suportam o peso do corpo e das cargas, diminuindo o esforço físico necessário para realizar trabalhos manuais. Empresas como a Ford e a Boeing já adotaram exoesqueletos para ajudar seus funcionários a reduzir o desgaste físico, aumentando a segurança e a produtividade;
Japoneses criam exoesqueleto de super força
Japoneses criam exoesqueleto de super força – Fonte: TecMundo - Sensores biométricos: sensores vestíveis, como pulseiras ou coletes equipados com monitoramento de sinais vitais, são usados para garantir a segurança dos trabalhadores em ambientes industriais. Esses dispositivos podem monitorar a frequência cardíaca, a temperatura corporal e os níveis de estresse, alertando os supervisores em tempo real caso um trabalhador apresente sinais de fadiga ou condições que possam levar a acidentes;
- Relógios inteligentes (smartwatches): Smartwatches como o Apple Watch ou dispositivos especializados podem ser usados para receber notificações importantes, como alertas de manutenção ou pedidos de assistência, diretamente no pulso do trabalhador. Isso permite uma comunicação mais ágil e eficiente dentro da planta, reduzindo o tempo de resposta a problemas;
- Luvas inteligentes: luvas equipadas com sensores e conectividade IoT, como as ProGlove, permitem que os trabalhadores digitalizem códigos de barras, verifiquem inventários e interajam com sistemas sem precisar de dispositivos adicionais. Essas luvas aumentam a eficiência e melhoram a ergonomia, já que os trabalhadores podem realizar várias tarefas de forma rápida e precisa, sem interrupções.
Como será o futuro dos dispositivos vestíveis na manufatura
À medida que a Indústria 4.0 continua a evoluir, o uso de dispositivos vestíveis na manufatura deve se expandir, trazendo novas capacidades e benefícios. A seguir, 6 tendências que provavelmente moldarão o futuro desses dispositivos no setor:
1. Integração com IoT e big data
No futuro, os dispositivos vestíveis estarão ainda mais integrados aos sistemas IoT e plataformas de big data, permitindo que as fábricas coletem e analisem uma quantidade ainda maior de dados em tempo real. Essa integração permitirá prever falhas, otimizar processos e melhorar a eficiência operacional de maneira contínua.
2. Aumento da automação colaborativa
Com o avanço dos dispositivos vestíveis, espera-se um aumento na colaboração entre trabalhadores humanos e robôs. Exoesqueletos mais avançados, por exemplo, poderão ser combinados com robôs colaborativos (cobots) para realizar tarefas complexas que requerem força e precisão, aumentando a produtividade sem comprometer a segurança.
3. Personalização e adaptação em tempo real
Dispositivos vestíveis do futuro serão capazes de se adaptar em tempo real às necessidades individuais dos trabalhadores. Sensores biométricos e IA poderão ajustar as condições de trabalho com base no estado físico e mental dos operários, evitando lesões e aumentando a eficiência.
Como exemplo, um exoesqueleto pode ajustar seu nível de suporte com base no nível de fadiga do usuário.
4. Treinamento imersivo e suporte remoto
A realidade aumentada e a realidade virtual se tornarão ferramentas ainda mais valiosas para o treinamento e suporte remoto. Trabalhadores poderão participar de treinamentos imersivos, simulando operações complexas em um ambiente virtual antes de realizá-las na vida real.
Além disso, o suporte remoto se tornará mais interativo, permitindo que especialistas ajudem a resolver problemas diretamente no ambiente de trabalho, mesmo a milhares de quilômetros de distância.
5. Sustentabilidade e saúde ocupacional
Com o foco crescente em sustentabilidade e bem-estar no local de trabalho, dispositivos vestíveis serão fundamentais para monitorar e garantir a saúde dos trabalhadores. Sensores ambientais poderão medir a exposição a substâncias nocivas e garantir que o ambiente de trabalho esteja em conformidade com os padrões de saúde e segurança.
Essa tendência não só protegerá os trabalhadores, mas também ajudará as empresas a manterem suas operações em conformidade com regulamentações cada vez mais rigorosas.
6. Interação mais natural e intuitiva
No futuro, espera-se que os dispositivos vestíveis se tornem cada vez mais naturais e intuitivos de usar. Interfaces baseadas em gestos, voz e até mesmo pensamento (com interfaces cérebro-computador) poderão se tornar comuns, permitindo que os trabalhadores interajam com sistemas complexos de forma mais direta e eficiente, sem a necessidade de interfaces físicas tradicionais.
O futuro dos dispositivos vestíveis na manufatura promete ser dinâmico e repleto de inovações que transformarão a forma como as fábricas operam.
À medida que essas tecnologias continuam a evoluir, as empresas que adotam dispositivos vestíveis estarão mais bem equipadas para melhorar a eficiência, a segurança e a produtividade.
Portanto, acreditamos que os dispositivos vestíveis certamente desempenharão um papel central na próxima geração de manufatura, tornando as fábricas mais inteligentes, conectadas e adaptáveis às demandas do futuro.
Gostou do conteúdo? Aproveite também para ler: Robôs Colaborativos (Cobots): tudo sobre a tecnologia que ajuda a impulsionar a indústria 4.0