Edge Computing na Indústria 4.0: conceito, funcionamento, aplicações reais e principais desafios

Edge Computing na Indústria 4.0: conceito, funcionamento, aplicações reais e principais desafios

Escrito por Aiyra I.T.

O Edge Computing é uma tecnologia emergente que está revolucionando a Indústria 4.0 ao processar dados localmente, perto da fonte de geração, em vez de depender exclusivamente da nuvem. 

Isso permite respostas rápidas, redução de latência e economia de largura de banda, tornando as operações industriais mais eficientes e seguras. Integrado com IoT e redes 5G, o Edge Computing melhora a tomada de decisões em tempo real, suportando aplicações críticas como manufatura inteligente, veículos autônomos e cidades inteligentes. 

Apesar de seus benefícios, a adoção do Edge Computing apresenta desafios em termos de segurança, gestão e integração com infraestruturas existentes. Quer saber mais sobre o tema? Então continue lendo o artigo que preparamos!

O que é Edge Computing?

Edge Computing, ou Computação de Borda, é uma arquitetura de computação distribuída que permite o processamento de dados próximo à fonte de geração, ou seja, na “borda” da rede. 

Em vez de enviar todos os dados para um data center centralizado ou para a nuvem, o Edge Computing realiza o processamento localmente, em dispositivos como gateways, roteadores, servidores ou até mesmo nos próprios sensores.

Na prática, isso reduz a latência, economiza largura de banda e melhora a eficiência operacional de forma geral.

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Como funciona o Edge Computing?

O funcionamento do Edge Computing pode ser entendido em várias etapas, conforme listamos abaixo:

  1. Geração de dados: dispositivos IoT, sensores, máquinas industriais e outros equipamentos geram grandes volumes de dados;
  2. Processamento local: esses dados são processados localmente nos dispositivos de borda ou em servidores locais. O processamento local pode incluir filtragem, agregação, análise e ação imediata com base nos dados;
  3. Interação com a nuvem: somente os dados mais relevantes ou processados são enviados para a nuvem para armazenamento a longo prazo, análise profunda e aprendizado de máquina;
  4. Tomada de decisão em tempo real: a capacidade de processamento local permite decisões em tempo real, melhorando a resposta a eventos críticos e aumentando a eficiência operacional.

Esse funcionamento leva a características e vantagens importantes, conforme vemos a seguir:

  • Baixa latência: ao processar dados localmente, o Edge Computing reduz significativamente o tempo de resposta. Isso é crítico em aplicações onde a latência pode impactar a segurança ou a eficiência, como em veículos autônomos e manufatura industrial;
  • Economia de largura de banda: com o processamento local, a quantidade de dados transmitidos para a nuvem é reduzida, economizando largura de banda e custos associados;
  • Maior segurança e privacidade: ao manter dados sensíveis localmente, as empresas podem reduzir os riscos associados à transferência de dados e às violações de privacidade em conexões interconectadas;
  • Resiliência operacional: mesmo se a conexão com a nuvem for interrompida, os dispositivos de borda podem continuar a operar e processar dados localmente, garantindo continuidade operacional.
  • Escalabilidade: a computação na borda permite que as organizações escalem suas operações sem sobrecarregar os recursos da nuvem, gerenciando eficientemente o aumento do volume de dados e dispositivos conectados.

Como podemos ver, esses pontos são importantes para impulsionar a transformação digital nas fábricas do futuro, permitindo que resultados melhores, de maneira geral, sejam alcançados.

Aplicações reais do Edge Computing na Indústria 4.0

Apesar de parecer bem abstrato, as aplicações do Edge Computing são bem reais na Indústria 4.0, já trazendo benefícios para as empresas que apostam nessa ferramenta. Confira alguns casos:

  1. Manufatura Inteligente: no chão de fábrica, máquinas equipadas com sensores IoT podem gerar e processar dados em tempo real para monitoramento e manutenção preditiva. Isso reduz o tempo de inatividade e melhora a eficiência operacional. Por exemplo, a Siemens utiliza Edge Computing para monitorar suas máquinas e prever falhas antes que ocorram;
  2. Saúde: dispositivos médicos conectados, como monitores de pacientes, podem processar dados localmente para fornecer alertas imediatos aos profissionais de saúde em caso de anomalias. Isso é vital em ambientes críticos como UTIs, onde cada segundo conta. Hospitais como o Mount Sinai em Nova York estão adotando Edge Computing para melhorar o monitoramento de pacientes;
  3. Agricultura de precisão: sensores no campo podem monitorar condições do solo, clima e crescimento das plantas em tempo real. O Edge Computing permite que os agricultores tomem decisões rápidas sobre irrigação, fertilização e controle de pragas, melhorando o rendimento das colheitas. Empresas como a John Deere utilizam essa tecnologia para otimizar a produção agrícola;
  4. Retail Inteligente: lojas podem usar câmeras e sensores para monitorar o comportamento dos clientes e gerenciar inventário em tempo real. Isso permite uma experiência de compra personalizada e eficiente. A Walmart, por exemplo, está implementando soluções de Edge Computing para melhorar a experiência do cliente e otimizar operações de estoque.

Apesar dos benefícios claros, ainda existem desafios no uso da computação de borda e que colocam em risco seu futuro.

A segurança, por exemplo, continua sendo uma preocupação, pois os dispositivos de borda são potenciais alvos de ataques cibernéticos. Além disso, a integração e gerenciamento de inúmeros dispositivos de borda requerem infraestrutura robusta e habilidades técnicas avançadas.

A gestão e orquestração de uma infraestrutura descentralizada também são desafiadoras. A variedade de dispositivos em termos de capacidade e protocolos, além da necessidade de monitoramento e manutenção eficientes, complica a gestão. Escalar a infraestrutura para acomodar mais dispositivos e dados requer soluções robustas.

Por último, a integração com infraestruturas legadas é complexa, pois garantir a compatibilidade e interoperabilidade entre novos dispositivos de borda e sistemas existentes é essencial para uma transição suave.

Assim, é preciso que as empresas superem essas dificuldades para colher o melhor que a tecnologia pode oferecer. Dessa forma, conseguirão se destacar no mercado e impulsionar os resultados do negócio de forma consistente, saudável e previsível.

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