Integração de sistemas legados na Indústria 4.0: desafios e soluções

Integração de sistemas legados na Indústria 4.0: desafios e soluções

Escrito por Aiyra I.T.

A Indústria 4.0 representa uma nova era na manufatura e nos processos industriais, caracterizada pela automação, troca de dados e a implementação de tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e big data. 

No entanto, a transição para essa nova fase não ocorre sem desafios, especialmente para empresas que dependem de sistemas legados. Integrar esses sistemas antigos com novas tecnologias é crucial para garantir a competitividade e a eficiência operacional, mas exige uma abordagem cuidadosa e bem planejada. 

Neste conteúdo, vamos explorar o que significa integrar sistemas legados na Indústria 4.0, os principais desafios envolvidos e exemplos práticos de como isso tem sido feito em diferentes setores.

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O que significa integrar sistemas legados na Indústria 4.0?

Sistemas legados são tecnologias, softwares e processos antigos que ainda são essenciais para as operações de uma empresa, mas que não foram projetados para se comunicar ou operar em um ambiente digital moderno. 

Na prática, Integrar sistemas legados na Indústria 4.0 envolve conectar essas tecnologias antigas com novas plataformas e ferramentas digitais para criar um ecossistema de produção mais conectado e eficiente.

Assim, essa integração pode incluir conectar máquinas antigas a redes IoT, permitindo a coleta e análise de dados em tempo real, ou a modernização de sistemas de controle e automação para que possam ser gerenciados por meio de plataformas baseadas em nuvem. 

O objetivo final é permitir que todos os sistemas, antigos e novos, trabalhem juntos de forma harmoniosa, maximizando a produtividade e minimizando o tempo de inatividade.

Principais desafios de integração de sistemas legados

Integrar sistemas legados à infraestrutura da Indústria 4.0 pode trazer inúmeros benefícios, mas também apresenta desafios significativos que precisam ser superados para que a transição seja bem-sucedida.

Na sequência, listamos os principais desafios:

  1. Compatibilidade tecnológica: muitos sistemas legados foram desenvolvidos com tecnologias proprietárias ou em arquiteturas que não são compatíveis com as novas plataformas digitais. Isso pode dificultar a integração, exigindo soluções customizadas ou a criação de interfaces que possibilitem a comunicação entre os sistemas;
  2. Segurança cibernética: sistemas legados muitas vezes carecem das proteções de segurança necessárias para operar em um ambiente conectado à internet. Integrar esses sistemas pode expor vulnerabilidades, tornando a empresa mais suscetível a ataques cibernéticos. A implementação de medidas de segurança adicionais é essencial para proteger dados e operações;
  3. Custo de modernização: atualizar ou substituir sistemas legados pode ser caro. Além dos custos diretos associados à compra de novas tecnologias, há também o custo de adaptação e treinamento de funcionários. Para muitas empresas, o desafio é equilibrar o custo da integração com os benefícios de longo prazo;
  4. Resistência à mudança: a mudança organizacional é outro desafio significativo. Funcionários acostumados com os sistemas antigos podem resistir à introdução de novas tecnologias, especialmente se isso exigir mudanças significativas em suas rotinas de trabalho. A gestão da mudança é crucial para superar essa resistência;
  5. Escalabilidade: alguns sistemas legados não foram projetados para suportar a escalabilidade exigida pelas operações da Indústria 4.0. A integração pode exigir ajustes para garantir que esses sistemas possam lidar com o aumento do volume de dados e a maior complexidade das operações.

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Exemplos reais de integração de sistemas legados

Apesar dos desafios, muitas empresas já estão conseguindo integrar seus sistemas legados com sucesso, colhendo os benefícios da Indústria 4.0. Abaixo estão alguns exemplos práticos de como isso está sendo realizado.

  1. General Electric (GE): a GE é um exemplo de uma empresa que conseguiu integrar seus sistemas legados com a Indústria 4.0 de maneira eficaz. Ao modernizar suas fábricas com sensores IoT e plataformas de análise de dados, a GE conseguiu conectar equipamentos industriais antigos a redes digitais. Isso permitiu a coleta de dados em tempo real e a análise preditiva para melhorar a manutenção de equipamentos, reduzir o tempo de inatividade e aumentar a eficiência operacional;
  2. Volkswagen: Na indústria automotiva, a Volkswagen implementou a integração de sistemas legados em suas linhas de montagem. Máquinas e sistemas de controle que haviam sido utilizados por décadas foram conectados a plataformas de gerenciamento de produção em tempo real. Com isso, a Volkswagen conseguiu otimizar a produção, ajustando rapidamente as operações com base nos dados coletados, sem a necessidade de substituir completamente os sistemas existentes;
  3. BASF: A gigante química BASF enfrentou o desafio de integrar uma vasta gama de sistemas legados em suas operações globais. A solução envolveu a utilização de gateways IoT para conectar máquinas e sistemas de controle mais antigos a uma plataforma centralizada de gerenciamento de dados. Isso permitiu à BASF obter uma visão unificada de suas operações, melhorando a rastreabilidade e a eficiência, ao mesmo tempo que minimizou os custos de capital associados à substituição de sistemas antigos;
  4. Setor ferroviário: operadoras ferroviárias, como a Deutsche Bahn, integraram sistemas de sinalização e controle legados com novas tecnologias digitais para melhorar a eficiência operacional e a segurança. Utilizando interfaces e soluções de middleware, a Deutsche Bahn conseguiu conectar sistemas antigos de sinalização com novas plataformas de controle baseadas em nuvem, permitindo o monitoramento em tempo real e a otimização das operações ferroviárias sem a necessidade de grandes investimentos em novas infraestruturas.

À medida que a Indústria 4.0 continua a evoluir, a integração de sistemas legados será uma parte fundamental da transformação digital das empresas. 

Embora os desafios sejam significativos, as soluções já disponíveis no mercado mostram que é possível conectar o passado ao futuro, permitindo que as empresas tirem proveito das novas tecnologias sem abandonar completamente seus investimentos anteriores.Gostou do conteúdo? Leia também: Edge Computing na Indústria 4.0: conceito, funcionamento, aplicações reais e principais desafios

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